top of page

Carcinogénese[1]

Não existem evidências de que o iodo seja ou não carcinogénico. No entanto a ingestão de iodo marcado radioativamente e dos seus derivados, que ficam concentrados na glândula tiroide, têm sido conhecidos por aumentar o risco de cancro na tiroide.

Efeitos na saúde[2,3,4]

               A intoxicação crónica pode levar a bócio, hipotiroidismo e hipertiroidismo. Estas respostas da tiroide ao excesso de iodo ocorrem em glândulas com patologia pré-existente, como em glândulas aparentemente normais.

               Estes efeitos são observados após ingestão de elevadas quantidades mas também quando, apesar de acima das necessidades fisiológicas, continuam abaixo das doses toleráveis. É importante referir que a mesma quantidade de iodo pode ter efeitos diferentes e até mesmo contrários de pessoa para pessoa, e ainda que este tipo de intoxicação é maioritariamente observada em crianças cuja progenitora esteve exposta durante a gravidez e amamentação.

 

Excesso de iodo em pessoas com glândula tiroide normal

 

A maioria das pessoas tolera um excesso de 30 mg a 2 g de iodeto por dia, sem sintomas clínicos ou sinais clínicos de disfunção da glândula, apesar de uma diminuição de T4 e T3 séricos de 25% e 15%, respetivamente, como também um aumento de TSH de 2 um/l.

 

Hipotiroidismo induzido por iodo

 

O hipotiroidismo pode estar associado a uma falha nos mecanismos de manutenção e a um excesso de iodo. Existem condições que predispõem a este tipo de hipotiroidismo como:

  • Doença de Graves após tratamento com iodo radioativo ou tireoidectomia parcial;

  • Após tireoidectomia parcial de nódulos benignos;

  • Na presença de tireoidite autoimune;

 

Estas condições têm em comum um TSH ligeiramente elevado ou anticorpos estimulantes da tiroide, que mantêm o NIS ativado e a concentração de iodeto intracelular elevado, impedindo a manutenção pelo efeito de Wolff-Chaikoff. Os fetos e recém-nascidos têm maior risco de desenvolver este tipo de patologia.

 

Hipertiroidismo induzido por iodo

 

Pode ser uma condição transitória ou permanente. Pode ocorrer em indivíduos com bócio endémico ou não endémico, após doença de graves e em pacientes com glândula tiroide normal. É de salientar que a população de regiões com deficiência em iodo têm um maior risco de contrair esta patologia.

Iodismo

Provocado pela ingestão crónica de iodo e manifesta-se por  hipersalivação, cefaleia,  acne, erupções cutâneas, coriza, laringite, bronquite, estomatite, proctites, aumento das glândulas submaxilares, perturbações gástricas. Mais raramente pode ocorrer hemorragia das mucosas, broncospasmo e icterícia.

[1] http://www.inchem.org/documents/pims/pharm/iodine.htm#SectionTitle:7.3 Carcinogenicity , Acedido a 21/4/2017

[2]Lopes M. S., De Castro, J. J., Marcelino, M., Oliveira, M. J., Carrilho, F., & Limbert, E. (2012). Iodo e tiróide: o que o clínico deve saber. Acta Médica Portuguesa, 25(3), 174-178. 

[3] Bürgi, H. (2010). Iodine excess. Best Practice & Research Clinical Endocrinology & Metabolism, 24(1), 107-115. 

[4] Leung, A. M., & Braverman, L. E. (2014). Consequences of excess iodine. Nature Reviews Endocrinology, 10(3), 136-142.

bottom of page